quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Percurso Torres

Ontem foi um dia especial. O amigo e mestre do mar, Clayton Rodrigues, presenteou a mim e mais 3 nadadores do mar com um passeio no percurso chamado "Torres" na praia do náutico aqui em Fortaleza. O percurso é chamado assim por oferecer uma vista única de um certo ponto que, no meio de todo aquele paredão de prédios da orla de Fortaleza, se visualiza uma "brecha" que mostra as torres de nossa catedral.



Este ponto encontra-se a 1 km de distância da praia e já é bem conhecido pelo grupo MMM - Meninos e Meninas do Mar, o mais tradicional da cidade e que depois merece um post aqui somente sobre eles.

Nosso capitão Clayton no seu "Stand Up Paddle" que nos guiou até as Torres.
Chegamos na praia às 6hs da manhã, fizemos um breve alongamento e caímos no mar. Apesar do mar bem liso, enfrentei um pouco de dificuldade por fazer um caminho que não estou acostumado - nadar contra às ondas, mar adentro. Sempre nado ao longo da costa - paralelo às ondas. No mar é assim, nunca um dia é igual ao outro. Depois de algumas ondas na cara, chegamos ao ponto certo onde ficamos batendo papo por um tempo e onde Clayton tirou estas fotos com seu celular a prova dágua.
Da esq. para dir.: Leonardo Arruda, Eu, Helga Pessoa e Victor Caracas


A volta foi mais tranquila, pelo menos pra mim. Quando você nada em direção à praia, as ondas lhe ajudam e até dá pra pegar uns "jacarés" e deslizar sem fazer muito esforço. Obrigado Clayton pelo presente, obrigado ao companheiro de sempre Leonardo Arruda, Helga e Victor. Nadar no mar é isso aí - aventura, natureza, prazer e superação. Vamos marcar a próxima!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Diana Nyad enfrenta os demônios do mar

Diana Nyad é uma nadadora americana que tentou, por três vezes, fazer a travessia Havana (Cuba) - Florida (EUA), sendo duas delas após os 60 anos de idade. Grande exemplo de força de vontade e superação ela é a prova de que não há limite de idade para perseguir nossos sonhos.

Diana jovem

Em 1975 bateu o record na volta ao redor da Ilha de Manhattan. Em 1978, com 29 anos de idade fez sua primeira tentativa da travessia (Cuba - EUA) porém, uma forte corrente e erros de navegação do barco que a estava acompanhando, levaram-na para o oeste rumo ao golfo do México e a tentativa foi abortada.

Diana na volta da ilha de Manhattan

No mesmo ano Diana fez outra travessia das Bahamas a Flórida, um percurso com condições mais favoráveis do que a travessia Cuba - EUA.  No total foram 102 milhas e 27 horas até conseguir chegar à costa da Flórida. Físico e, psicológico principalmente, colocados ao limite da capacidade humana mas naquele dia Diana saiu vencedora.

Diana saindo do mar após a travessia Bahamas - Flórida
Após este grande feito Diana abandonou a natação e passou 30 anos sem dar uma só braçada. Em 2009, após completar 60 anos, decidiu que tentaria mais uma vez a travessia que não conseguiu na sua juventude: Havana - Flórida. Segundo Diana o seu corpo não é mais o mesmo mas sua mente é muito melhor do que quando tinha seus 29 anos. "Natação de longa distância não é um negócio para jovens" disse Diana ressaltando o esforço psicológico extremo que este esporte requer. "Natação de longa distância é o esporte mais solitário de todos" é outra frase dela, que somente aquele que nada, especialmente aquele que nada no mar, entende o seu significado.

Diana treinando no mar

Em Agosto de 2011, após muito treino e planejamento Diana mergulhou na marinha Hemingway, em Havana em direção a Key West - Flórida. Após 29 horas nadando Diana sofreu um ataque de asma e foi obrigada a desistir da travessia. Decepcionada, no mesmo ano, em Setembro, Diana fez uma nova tentativa e desta vez foi um encontro com águas-vivas que a impediu de realizar seu sonho deixando em seu corpo cicatrizes das queimaduras para que ela lembrasse pra sempre daquele momento. O ataque paralisou suas costas e sua respiração e graças a equipe de 25 profissionais e equipamentos que Diana levava consigo, o encontro com as águas-vivas não foi fatal. Algumas pessoas marcam o corpo com tatuagens, mas cicatrizes de queimaduras de água-viva não é todo mundo que tem. Você foi escolhido pela natureza. A história de Diana evoca personagens do mar como os do Herman Mevile do livro Moby Dick, essencial para nadadores do mar, o contramestre Starbucks, o capitão Acab e o marujo polinésio Quiqueq.

Cicatrizes de queimaduras de água-viva
Foto de Catharine Opie
Em seu treinamento, Diana desenvolveu um método para manter sua mente ocupada enquanto nada: Decorou um repertório de 65 músicas que é aproximadamente um ciclo de 4 horas de braçadas ininterruptas que repete diariamente na piscina.

Diana promete outra tentativa de realizar seu sonho no próximo ano (2012). Vamos aguardar e torcer por esta pessoa que tem o sentimento e espírito que todo nadador do mar compartilha: O propósito não é a luta com o mar mas sim a integração com ele e com a natureza.

Foto de Catharine Opie


"Meu objetivo não é lutar com o mar, mas sim ser aceita por ele e respeitar suas regras."
Diana Nyad


Nos meus ínfimos 2.000m que nado atualmente e na minha simplória meta dos 3.000, sinto-me minúsculo ao lado desta gigante da natação em águas abertas, porém me identifico imediatamente através dos sentimentos, das dificuldades e da busca pelo desafio que o mar nos proporciona. Nadar no mar é entender o mar, é sentir-se inserido na natureza e ter a consciência que fazemos parte dela e se dar conta do quão bela e poderosa ela é e que devemos cuidar dela.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Psicologia da natação no mar


A minha primeira vez nadando no mar foi bem tranquilo. Acho que nadei aproximadamente uns 600m.  Saí do mar satisfeito. A segunda vez porém não foi tão tranquilo. Entrei no mar e logo nas primeiras braçadas senti um certo "medo", como uma voz que falasse o meu ouvido: "Que coisa perigosa que você está fazendo... Você está tão longe da praia... e se acontecer alguma coisa... Você já está cansado... Olhe para o fundo... escuro... Pode aparecer alguma coisa aqui... Um peixe grande... Um tubarão..." Logo após estes pensamentos vieram outros assim: "Que besteira! Você está bem... Fique tranquilo... Seu parceiro está bem alí ao seu lado... Nada vai acontecer... Infelizmente neste dia os pensamentos ruins venceram e eu saí do mar. Logo que saí notei que não estava cansado, era uma questão psicológica. Como se diz aqui no Nordeste "Eu me agoniei". Meu parceiro de natação, Leonardo Arruda, logo que saiu perguntou: "O que houve?" Ele sabia que eu podia fazer melhor.

Enfim, está foi minha segunda vez no mar e a partir desta, todas as vezes, a mesma conversa acontece em minha cabeça enquanto estou nadando, porém tenho aprendido a controlar meus medos. Converso comigo mesmo durante todo o percurso e este fato tem sido um dos "motivadores" para cair no mar todo sábado. Fico naquela expectativa: Como será a próxima conversa... e sempre é diferente. Às vezes mais difícil, às vezes mais fácil, mas sempre é um desafio. Lembro-me que quando criança, assisti esta situação nos desenhos animados da Disney quando o Pato Donald aparecia com um diabinho num ombro e um anjo no outro e ambos tentando levá-lo para seu respectivo lado.

Este é um dos aprendizados que estou tirando da natação no mar. Nós passamos por situações similares no nosso dia a dia e precisamos controlar nossos medos. Estou tirando verdadeiras lições de vida deste esporte, que para mim, a cada passo, me parece cada vez mais fascinante.

Em tudo que já pesquisei sobre a natação em águas abertas, nunca achei nada sobre este assunto, mas já conversei com alguns nadadores e os mesmos relataram algo parecido. Acredito que, com a experiência, este controle psicológico deve ficar mais fácil. Também sabemos que o medo é como um alarme natural e que temos que escutar este "alarme". Quando não o escutamos é que acontecem os problemas.

Se alguém aí nada, e tem alguma experiência similar, por favor compartilhe aqui.

domingo, 27 de novembro de 2011

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Minha primeira maratona aquática

Minha primeira maratona aquática que na verdade não foi bem uma maratona porque foi somente 600m foi este ano dia 8 de Outubro. Esta era a distância mínima e como era minha primeira decidi começar pelo começo. Meu parceiro Leonardo Arruda encarou comigo o desafio. Na verdade ele é um nadador bem mais experiente do que eu mas foi comigo na distância de 600m. Para nossa surpresa, nesta distância era só eu e ele e tinha a garotada do infantil. Pois é, pagamos o mico de nadar com as crianças, mas enfim, humildade sempre e o que vale é a nossa experiência.

Analisando as condições. Adrenalina.

Na fila para marcação batendo um papo com a galera mais experiente.


Esse aí é o João Pedro grande promessa da natação.

Nos preparativos para largar.

Depois da chagada

Esse aí é o pessoal dos 1500 e 3000 m

No final ganhamos as medalhas de participação e um lanche muito bom!


domingo, 20 de novembro de 2011

Nosso grupo - natação no mar


Este é o nosso grupo da natação no mar. Nosso pico empre é no aterro da Praia de Iracema - Fortaleza Ceará. Nesta foto, infelizmente, um membro foi cortado. À direita da foto temos o espigão de onde partimos. Da esquerda para direita: Gerhard Saboia (primeira vez), Renato Lima (eu), Breno Moreira, Eduardo Sampaio e Leonardo Arruda (cortado). Neste dia, os destaques foram: Gerhard que surpreendeu e fez todo o percurso (800m) na sua primeira tentativa e Eduardo que completou pela primeira vez o percurso completo. Valeu muito galera! Faremos logo em breve uma foto melhor. Gerhard, seja bem vindo!

Vídeos - dicas natação em águas abertas

Estes são uns vídeos que dão umas dicas boas sobre natação em águas abertas. Infelizmente são todos em inglês mas mesmo que você não entenda o idioma, dá pra entender só assistindo.


Dica sobre navegação.



Dica sobre como nadar em mar mexido.



Dicas sobre respiração na natação no mar.

Esses vídeos são do site americano de San Francisco - California (http://swim-art.com/) que faz treinamentos e travessias. A mais famosa é a "Fuga de Alcatraz".