terça-feira, 29 de novembro de 2011
Psicologia da natação no mar
A minha primeira vez nadando no mar foi bem tranquilo. Acho que nadei aproximadamente uns 600m. Saí do mar satisfeito. A segunda vez porém não foi tão tranquilo. Entrei no mar e logo nas primeiras braçadas senti um certo "medo", como uma voz que falasse o meu ouvido: "Que coisa perigosa que você está fazendo... Você está tão longe da praia... e se acontecer alguma coisa... Você já está cansado... Olhe para o fundo... escuro... Pode aparecer alguma coisa aqui... Um peixe grande... Um tubarão..." Logo após estes pensamentos vieram outros assim: "Que besteira! Você está bem... Fique tranquilo... Seu parceiro está bem alí ao seu lado... Nada vai acontecer... Infelizmente neste dia os pensamentos ruins venceram e eu saí do mar. Logo que saí notei que não estava cansado, era uma questão psicológica. Como se diz aqui no Nordeste "Eu me agoniei". Meu parceiro de natação, Leonardo Arruda, logo que saiu perguntou: "O que houve?" Ele sabia que eu podia fazer melhor.
Enfim, está foi minha segunda vez no mar e a partir desta, todas as vezes, a mesma conversa acontece em minha cabeça enquanto estou nadando, porém tenho aprendido a controlar meus medos. Converso comigo mesmo durante todo o percurso e este fato tem sido um dos "motivadores" para cair no mar todo sábado. Fico naquela expectativa: Como será a próxima conversa... e sempre é diferente. Às vezes mais difícil, às vezes mais fácil, mas sempre é um desafio. Lembro-me que quando criança, assisti esta situação nos desenhos animados da Disney quando o Pato Donald aparecia com um diabinho num ombro e um anjo no outro e ambos tentando levá-lo para seu respectivo lado.
Este é um dos aprendizados que estou tirando da natação no mar. Nós passamos por situações similares no nosso dia a dia e precisamos controlar nossos medos. Estou tirando verdadeiras lições de vida deste esporte, que para mim, a cada passo, me parece cada vez mais fascinante.
Em tudo que já pesquisei sobre a natação em águas abertas, nunca achei nada sobre este assunto, mas já conversei com alguns nadadores e os mesmos relataram algo parecido. Acredito que, com a experiência, este controle psicológico deve ficar mais fácil. Também sabemos que o medo é como um alarme natural e que temos que escutar este "alarme". Quando não o escutamos é que acontecem os problemas.
Se alguém aí nada, e tem alguma experiência similar, por favor compartilhe aqui.
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Meu caro Renato... o lance é como vc disse mesmo. Nas minhas poucas experiências já percebi que é mais um lance psicológico do q outra coisa!
ResponderExcluirÉ isso aí Breno, se você também se identificou, isto quer dizer que todos nós que nadamos em águas abertas enfretamos nossos "demônios" enquanto nadamos. Valeu!
ResponderExcluirAcontece exactamente comigo do mesmo modo, quando me afasto da praia um voz no meu ouvido me diz"que está você fazendo" mas que coisa mais louca me afastar assim tanto de pé firme mas outra me diz também continua, não há perigo, o fato te ajuda a bóia presa ao cinto te sinaliza, não há´tubarão em aguas frias , apenas em filmes de Hollywood tal como o lobo mau em historia de criança, já fiz de tudo, atravessei a China em bicicleta sozinho e sempre esa vózinha me dizendo o que faz você , corri de lés a lés esta Europa toda a pé e essa vozinha me dizendo não faça isso , mas fiz e continuarei fazendo e é isso que me faz viver embora a vózinha me diga sempre " o que está você fazendo", o que estou eu fazendo , apenas vivendo da forma que eu gosto, nadando pedalando e correndo o limite de meu corpo e de mim próprio......
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