Diana Nyad é uma nadadora americana que tentou, por três vezes, fazer a travessia Havana (Cuba) - Florida (EUA), sendo duas delas após os 60 anos de idade. Grande exemplo de força de vontade e superação ela é a prova de que não há limite de idade para perseguir nossos sonhos.
|
Diana jovem |
Em 1975 bateu o record na volta ao redor da Ilha de Manhattan. Em 1978, com 29 anos de idade fez sua primeira tentativa da travessia (Cuba - EUA) porém, uma forte corrente e erros de navegação do barco que a estava acompanhando, levaram-na para o oeste rumo ao golfo do México e a tentativa foi abortada.
|
Diana na volta da ilha de Manhattan |
No mesmo ano Diana fez outra travessia das Bahamas a Flórida, um percurso com condições mais favoráveis do que a travessia Cuba - EUA. No total foram 102 milhas e 27 horas até conseguir chegar à costa da Flórida. Físico e, psicológico principalmente, colocados ao limite da capacidade humana mas naquele dia Diana saiu vencedora.
|
Diana saindo do mar após a travessia Bahamas - Flórida |
Após este grande feito Diana abandonou a natação e passou 30 anos sem dar uma só braçada. Em 2009, após completar 60 anos, decidiu que tentaria mais uma vez a travessia que não conseguiu na sua juventude: Havana - Flórida. Segundo Diana o seu corpo não é mais o mesmo mas sua mente é muito melhor do que quando tinha seus 29 anos.
"Natação de longa distância não é um negócio para jovens" disse Diana ressaltando o esforço psicológico extremo que este esporte requer.
"Natação de longa distância é o esporte mais solitário de todos" é outra frase dela, que somente aquele que nada, especialmente aquele que nada no mar, entende o seu significado.
|
Diana treinando no mar |
Em Agosto de 2011, após muito treino e planejamento Diana mergulhou na marinha Hemingway, em Havana em direção a Key West - Flórida. Após 29 horas nadando Diana sofreu um ataque de asma e foi obrigada a desistir da travessia. Decepcionada, no mesmo ano, em Setembro, Diana fez uma nova tentativa e desta vez foi um encontro com águas-vivas que a impediu de realizar seu sonho deixando em seu corpo cicatrizes das queimaduras para que ela lembrasse pra sempre daquele momento. O ataque paralisou suas costas e sua respiração e graças a equipe de 25 profissionais e equipamentos que Diana levava consigo, o encontro com as águas-vivas não foi fatal. Algumas pessoas marcam o corpo com tatuagens, mas cicatrizes de queimaduras de água-viva não é todo mundo que tem. Você foi escolhido pela natureza. A história de Diana evoca personagens do mar como os do Herman Mevile do livro
Moby Dick, essencial para nadadores do mar, o contramestre Starbucks, o capitão Acab e o marujo polinésio Quiqueq.
|
Cicatrizes de queimaduras de água-viva
Foto de Catharine Opie |
Em seu treinamento, Diana desenvolveu um método para manter sua mente ocupada enquanto nada: Decorou um repertório de 65 músicas que é aproximadamente um ciclo de 4 horas de braçadas ininterruptas que repete diariamente na piscina.
Diana promete outra tentativa de realizar seu sonho no próximo ano (2012). Vamos aguardar e torcer por esta pessoa que tem o sentimento e espírito que todo nadador do mar compartilha: O propósito não é a luta com o mar mas sim a integração com ele e com a natureza.
|
Foto de Catharine Opie |
"Meu objetivo não é lutar com o mar, mas sim ser aceita por ele e respeitar suas regras."
Diana Nyad
Nos meus ínfimos 2.000m que nado atualmente e na minha simplória meta dos 3.000, sinto-me minúsculo ao lado desta gigante da natação em águas abertas, porém me identifico imediatamente através dos sentimentos, das dificuldades e da busca pelo desafio que o mar nos proporciona. Nadar no mar é entender o mar, é sentir-se inserido na natureza e ter a consciência que fazemos parte dela e se dar conta do quão bela e poderosa ela é e que devemos cuidar dela.